Durante a infância e a adolescência eu não soube lhe dar muito bem com o excesso de controle da minha mãe – hoje eu até chamaria de “exercício arbitrário das próprias razões” e chamaria os castigos de “constrangimento ilegais” ressalvadas a brincadeira, a verdade é que durante a infância eu achava que minha mãe agia assim porque ela deveria ser ruim mesmo e, na adolescência, eu passei a acreditar que ela tinha necessidade de mostrar quem mandava.
É... devo admitir... eu não era fácil mesmo...
Mas eu mudei de opinião!
Não tenho filhos, ainda, mas consigo compreender melhor as atitudes da minha mãezinha. Hoje eu sei por que ela queria controlar meu comportamento, minhas escolhas e até meus pensamentos! Ela controlaria o mundo se pudesse! Tudo para não me ver sofrer, para não me ver “cair” e nem cometer os mesmos erros que ela cometeu!
Acho que os pais, pelo menos boa parte, querem isso... Evitar que os filhos sofram as mesmas decepções que eles sofreram, os mesmos desgostos e problemas. Acho que os pais se projetam nos filhos e projetam para eles uma vida melhor do que a que tiveram, com menos privações e mais oportunidades, isso para que seus filhos possam realizar o que eles, os pais, não puderam.
Mas, uma coisa é certa, você não vai controlar o seu filho pra sempre! E nem vai esperar que ele faça sempre o que você quer!
Aqui entra a importância da educação equilibrada! Porque um dia, seu filho, mulher ou homem crescido, vai ter que fazer escolhas por si só, mas é você quem vai tê-lo ensinado os prós da responsabilidade.
É muito triste um adulto absolutamente dependente... sem opinião, sem capacidade de autodeterminar-se, sem “voz”, um adulto assim é um nada num mundo como o nosso que esmiúça os fracos. O que serão desses adultos quando seus pais não mais estiverem aqui?
À medida que meus irmãos e eu fomos crescendo, nós fomos nos “libertando” do excessivo controle da minha mãe e era notório o quão desestabilizada ela ficava quando não executávamos a sua soberana vontade. Ela teve muitas dificuldades para respeitar e compreender o novo conceito que implantamos na nossa casa: o da “individualidade” – mundo inteiramente novo para uma mãe que abrigava seus “pintinhos” sob suas “asas”. Mas ela conseguiu! Ela consegue isso todos os dias! Porque, imagino, não deve ser fácil para uma mãe ver seus filhos tomarem atitudes que aos olhos dela, mesmo que num primeiro momento apenas, não pareçam ser tão boas assim. É tão destemperado quando ela diz: “Você quem sabe... a vida é sua...”.
A liberdade de escolha é milenar! Livre Arbítrio criado por Deus!
Acho interessante quando um parente meu diz que procura agir com os filhos dele como Deus age conosco, ele diz: “ensino o caminho certo, dou conselhos e condições, mas as escolhas eles farão. Se eles acertarem, ficarei feliz, mas se errarem, os ajudarei a levantar e lhes darei tantas chances quantas forem preciso, mesmo que eu fique em silêncio e pareça não me importar. A verdade é que eles são meus filhos e por mais que me decepcionem eu não consigo abrir mão.”
Como filha posso dizer que houve muitos pontos positivos na tentativa da minha mãe em evitar desgostos na minha vida! Mas ela não pôde me livrar de todos eles! E nunca vai poder! Os fracassos fazem parte da nossa história! Eles também nos ajudam a construir nosso futuro de vitórias! Em muitas coisas minha mãe conseguiu me proteger! Mas ela não conseguiu me proteger da vida adulta! Isso porque os filhos crescem e se desapontar faz parte do processo de amadurecimento.
Graças a Deus, minha mãe não é egoísta e também amadureceu e se flexibilizou com o tempo!
O que quero dizer, nesse ponto, é que “manobrar”, “manipular” os filhos ou as pessoas em geral, não é algo saudável e não vem de Deus! Conheci bem de perto uma mãe manipuladora e egoísta que achava certo controlar todas as atitudes e escolhas do filho, por exemplo, o emprego, as roupas, os estudos, as namoradas, os amigos, a comida, inclusive. Ela determinou que ele não iria mais comer macarrão, nem tomar sorvete e nem beber refrigerante, dentre tantas outras coisas, detalhe, mesmo ele sendo um rapaz de quase 30 anos! Tudo o que ela conseguiu foi acabar com a vida do rapaz! Ele, passivamente, aceitou tudo isso e continua aceitando porque ele não foi educado para escolher, ele foi “programado” para obedecer cegamente sem nunca questionar (lembrando que nem Deus exige isso de nós, pois, em Sua Palavra, diversas vezes, Ele diz: "fazei prova de mim!"). Esse rapaz virou um “adulto atrofiado” e receio que seja tarde demais para uma mudança, pois ele não passa e nunca passou de uma marionete nas mãos de sua desequilibrada mãe.
Como filha, posso dizer: Mães, protejam seus filhos no que puderem! Mas faça-o com equilíbrio, faça ensinando-os as escolhas responsáveis, ensinando-os a viver honestamente, ensinando-os a assumir as consequências de seus atos, de sua autonomia! Lembre-se que nem tudo pode ser vigiado pelo olhar materno! Lembre-se que seus filhos precisam desenvolver caráter e personalidade e solidificarem-se para que, quando adultos, não sejam arrebatados pelas agruras da vida e nem sucumbam diante da crueldade e da intransigência do nosso seio social.
Filhos, compreendam seus pais! Considere-os! E nunca se esqueçam que eles abriram mão de muitos sonhos e projetos de vida para que os seus sonhos e projetos se tornassem realidade! Eu tive essa sorte!
Deus é nosso Pai, grande Professor e Mestre e é com Ele que devemos aprender a educar nossos filhos e a compreender os nossos pais!
Vamos copiar o caráter de Deus?!
Qual a sua opinião sobre o tema?
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